A última execução pública da França

Última pessoa a ser publicamente guilhotinada na França, Eugene Weidamnn nasceu em Frankfurt-am-Main, Alemanha, em 5 de fevereiro de 1908. Criminoso de carreira, ele liderava uma gangue de adolescentes ladrões antes de se mudar para Paris e começar a praticar crimes mais sérios, incluindo seis assassinatos. Ele roubava carros e. durante o trajeto, atirava na nuca do proprietário. Ele também estrangulou uma vítima. Foi preso em 8 de dezembro de 1937, depois de um tiroteio em sua casa em St. Cloud. Quando perguntaram se sentia algum remorso pelas vitimas, ele respondeu: “Remorso por quê? Eu nem os conhecia”. Weidmann confessou à polícia que ele e seus parceiros planejavam sequestrar pessoas ricas e pedir altos resgates.

Dois de seus cúmplices foram absolvidos, mas Weidmann e Roger Million foram condenados e sentenciados à morte. A sentença de Million foi mais tarde alterada, mas à 4h50min de 17 de junho de 1939 Weidmann foi decapitado na rua Georges Clemenceau (diante do Palais de Justice), Versalles. Um dia antes, todos os pontos de onde se podia ver a guilhotina foram alugados por preços fantásticos. De sua cela Weidmann podia ouvir o barulho da guilhotina sendo montada e a risada dos espectadores nos cafés, onde as pessoas esperavam pelo início do entretenimento. Nem mesmo a garoa da madrugada reduziu o entusiasmo. O carrasco Henri Desforneaux, conhecido por ser muito lento nas execuções, entrou para os livros de registros por ter realizado a última execução pública na França. Essa também foi sua única performance diante de uma plateia. Ele estava muito nervoso.

Vestido de preto ele montou a guilhotina às 3h. Por causa de atrasos e erros de cálculos, a decapitação aconteceu à luz do dia, não ao amanhecer, o que permitiu que fotógrafos fizessem imagens claras. Weidmann teve permissão para dar algumas tragadas em um cigarro e beber um gole de rum em sua cela. O basculante, ou gangorra à qual a vítima é presa e inclinada sob a lâmina, havia sido ajustada sem cuidado, e Desforneaux precisou repetir o procedimento três vezes para encaixar o pescoço de Weidmann no vão em forma de crescente onde devia estar a cabeça do executado. No final, o carrasco teve de puxar Weidamnn para a frente pelo cabelo e pelas orelhas. Quando a lâmina finalmente caiu, ouviu-se o assobio sinistro que sempre acompanha uma decapitação.

ONDE:

Paris, França

QUANDO:

1937

AS CONSEQUÊNCIAS:

As fotos chocaram o público de tal forma que, depois disso, foi aprovada uma lei determinando que todas as execuções seriam realizadas privadamente.

Fonte: 501 Crimes Mais Notórios / Paul Donnelley