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Psicopatia/TPAS

Conceito / História / Características

PSICOPATIA

"O psicopata é como o gato, que não pensa no que o rato sente. 

Ele só pensa em comida. A vantagem do rato sobre às vítimas

do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato." Robert Hare

 

Psicopatia não é uma doença propriamente dita. É um transtorno da personalidade, simplesmente um jeito de ser, onde o indivíduo, devido a esta peculiaridade, sofre ou faz sofrer aos outros. O psicopata é um indivíduo quase sempre impulsivo, incapaz de tolerar frustrações, não consegue atingir os sentimentos superiores (amor, altruísmo, empatia ou sentimentos por quem quer que seja), sendo um ser extremamente egocêntrico e individualista e por isso apresenta quase sempre condutas não aceitas socialmente, apesar de serem compreendidas (ao contrário das condutas não aceitas dos psicóticos, as quais são absurdas). Os traços psicopáticos acentuam-se na adolescência e, segundo alguns autores, acompanham o indivíduo por toda sua vida. O psicopata geralmente não se motiva a procurar psicoterapia (se o faz é para conseguir outro intento que não o do seu amadurecimento) e por isso é tido como condição irrecuperável.

 

O transtorno da personalidade  antissocial

 

O transtorno da personalidade antissocial (TPAS) constitui, hoje em dia, um problema de grande interesse devido ao fato de que seu estudo, demonstrado por todos os psicólogos como sendo de grande complexidade, foi retomado como desafio (Sànchez, 2001). De todos os transtornos da personalidade, o antissocial é o mais conhecido e o mais estudado empiricamente. Porém, apesar da extensa pesquisa sobre esse transtorno, continua ainda muito confuso. Essa confusão se concentra no diagnóstico e no tratamento (difíceis de realizar), assim como na utilização indistinta de outros conceitos sinônimos (criminalidade, sociopatia, psicopatia e transtorno da personalidade dissocial). Os termos psicopatia, sociopatia, transtorno da personalidade dissocial e transtorno da personalidade antissocial costuma ser empregados como equivalentes, por isso grande parte da literatura existente se vê limitada pelo uso intercambiável dessas expressões e pelos diferentes métodos para determinar a população de estudo (Àvila-Espada e Herrero, 1995).

 

Nesse transtorno parece que “maldade” e “loucura” se permeiam. Caracteriza-se por um padrão de comportamento de desconsideração, explorador e socialmente irresponsável, como indicam o fracasso para adaptar-se às normas sociais, a falsidade, a irritabilidade e a agressividade, despreocupação pela segurança própria ou dos demais e incapacidade para conservar um trabalho ou cumprir suas obrigações financeiras. Além disso, os indivíduos que se incluem nesse padrão apresentam ausência de remorso. São responsáveis por episódios de violência e se encontram representados nos criminosos reincidentes, delinquentes sexuais, traficantes de drogas, mercenários, políticos corruptos, advogados sem ética, tubarões das finanças, vendedores sem escrúpulos, terroristas, líderes de seitas religiosas... Nem todas as pessoas com esse transtorno são criminosos, no sentido legal da palavra, mas uma boa parte deles é engenhosa para evitar qualquer contato com o sistema judicial, geralmente mediante a influência de familiares e conhecidos. Seu notável encanto pessoal, sua grande habilidade para operar no limite da lei ou explorar as debilidades do sistema legal permite-lhes viver em sociedade de uma maneira aparentemente normal. De fato, são até elogiados em nossa sociedade competitiva na qual a capacidade de agir com dureza e burlar as regras é considerada um atributo necessário para a sobrevivência. Podem chegar a ser pessoas agradáveis e atraentes. Porém, seu histórico está cheio de mentiras, enganos, roubos, brigas ou consumo de drogas. São calculistas e manipuladores e agem sempre em seu proveito. Pensam que os outros sempre estão contra eles e seu julgamento costuma ser distorcido e pouco confiável. A promiscuidade e os maus tratos do cônjuge ou dos filhos são comportamentos também característicos desses indivíduos (APA, 2000, Caballo, 2001b; Echeburúa, 1994; Hare, 1991).

 

HISTÓRIA

 

O conhecimento da personalidade antissocial ou psicopática remete à época de Aristóteles, quando um discípulo assinalou um tipo de personalidade que corresponde ao conceito atual do TPAS. No século XIX, o psiquiatra francês Pinel o denominou loucura sem alteração mental, caracterizado por uma tendência dos pacientes a realizar ações impulsivas e autopunitivas, mas com uma consciência total de seus atos. Posteriormente, Kraepelin o descreveu como déficit dos afetos ou da vontade e dividiu-o em diferentes grupos, um dos quais compreendia a personalidade antissocial. O termo psicopatia tinha para a psiquiatria germana do século XIX e significado etimológico de perturbado psicologicamente ou anormal, e as personalidades psicopáticas eram consideradas como um grupo heterogêneo (dividido em dez tipos específicos), cujos desvios ou anormalidades da personalidade eram causa de sofrimento para eles e para os demais, excluindo-se explicitamente o comportamento antissocial. Foi Schneider o primeiro a sistematizar uma classificação dos transtornos da personalidade e proporcionar uma base conceitual para sua compreensão e classificação.

 

A operacionalização desse conceito está incluída na ampla categorização dos transtornos da personalidade na CID-9 (OMS, 1978). De fato, o conceito de psicopatia era considerado como uma descrição genérica dos transtornos da personalidade (basicamente os tipos descritos por Schneider), expressos em comportamento antissocial ou não. O Eixo II dos transtornos da personalidade do DSM-III (APA, 1980) é também equivalente às personalidades psicopáticas no sentido genérico de Schneider. Porém,  os critérios do DSM para a personalidade antissocial são predominantemente tipos de comportamento antissocial, relegando a menção a traços da personalidade a uns poucos itens, sem peso específico para o diagnóstico. A esse respeito, é considerado por muitos itens, sem peso específico para o diagnóstico. A esse respeito, é considerado por muitos como um critério de diagnóstico inconsciente (Wulach, 1983; Blackburn, 1992). 

 

O termo psicopatia, que significava literalmente “patologia psicológica”, foi mantido durante as três primeiras décadas do século XX para fazer referência também a uma categoria legal. Essa aceitação deriva do significado outorgado pela psiquiatria anglo-americana de prejuízo social ou antissocial. A esse respeito, Birnbaum (1914) sugeriu a necessidade de denominar esse transtorno como sociopatia, ressaltando, assim, que nem todos os delinquentes apresentavam traços imorais, mas que seu comportamento poderia ser atribuível mais a dificuldade de adaptação e de aquisição de normas comportamentais. Patridge (1930) fez uma revisão detalhada do conceito de psicopatia estabelecendo como um dos objetivos do estudo analisar se sociopatia e psicopatia eram sinônimos. Concluiu que o fator comum entre ambos os termos era a disposição para violar o comportamento social. Cleckley (1941) ofereceu uma caracterização clínica, não analítica, do transtorno. Utilizou o termo psicopatia e o descreveu como a ausência de sentimentos de culpa, incapacidade para amar, impulsividade, superficialidade emocional, trato social aparentemente agradável e incapacidade para aprender com a experiência. Hare (1980, 1991) baseia-se nas descrições propostas por Cleckley (1941) e elabora uma Escala de Psicopatia (Psychopathy Checklist, PCL). Dessa escala surgem dois fatores correlacionados. O primeiro parece representar uma variante narcisista do padrão psicopático, que mostra tendências para o egocentrismo, a superficialidade e a falta de remorso e empatia. O segundo fator parece estar mais relacionado às pessoas que apresentam um estilo de vida claramente antissocial, que cometem atos delituosos desde a infância e manifestam baixa tolerância à frustração, frequente abuso de drogas, forma de vida parasita, impulsividade e, com frequência, comportamentos delituosos. O estudo de Hare (1941) é corroborado por Millon (1981; 1983ª; 1983b; 1984; 1990), acrescentando que esse transtorno se manifesta no fato de o indivíduo se centrar em si mesmo de duas formas diferentes: de maneira ativa e de maneira passiva. A maneira passiva de centrar-se em si mesmo é mais própria do narcisismo, enquanto que a maneira ativa é mais própria do TPAS. Assim, os transtornos antissocial e da personalidade narcisista compartilham algumas características, mas se diferenciam na falta de moralidade, própria do anti-social. 

 

A partir de 1968, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) introduziu o conceito de personalidade antissocial para definir a psicopatia dentro dos transtornos de personalidade. Nas sucessivas edições do DSM (APA, 1980, 1987, 1994, 2000) é mantida essa operacionalização do transtorno, embora em cada uma das edições sejam modificados alguns aspectos relacionados aos critérios diagnósticos, a fim de aumentar a confiabilidade do diagnóstico, substituindo, assim, os termos diagnósticos como psicopatia e sociopatia. A tentativa de aumentar a confiabilidade dos critérios não acabou com a polêmica acerca dos conceitos psicopatia, sociopatia e transtorno antissocial. Aluja (1991), Esteban e Alonso (1995) e Widiger e Frances (1985b) sustentam que os critérios diagnósticos do DSM fazem referência a uma lista de comportamentos de natureza antissocial, delituosa e penal, mais que a traços de personalidade. Craft (1996) afirma que, assim como nem todos os psicopatas são delinquentes, embora não sejam sinônimos e nenhum deles seja excludente do outro (Doren, 1987). Ainda assim, atualmente continuam sendo utilizados os termos psicopatia e TPAS indistintamente.

 

Estilo da personalidade antissocial

 

As pessoas com estilo da personalidade antissocial não se amedrontam com as situações que assustariam à maioria das pessoas. Vivem no limite e seu desafio é chegar onde ninguém jamais se atreveu a ir. São extrovertidos e estão constantemente ansiosos por experimentar emoções e desafios extremos em qualquer âmbito de suas vidas. No próprio risco encontram a recompensa e negam-se a fazer qualquer coisa por qualquer um, a menos que represente uma dificuldade. Não são sujeitos que se preocupam demais, pois têm uma grande fé em si mesmos. As características típicas desse estilo de personalidade, segundo Oldham e Morris (1995), são as seguintes:

 

  • Não se deixam influenciar pelos demais, nem pela sociedade, tendo um código próprio de valores.

  • Arriscam-se constantemente em diferentes âmbitos de sua vida.

  • São independentes e esperam que os outros o sejam também.

  • Têm muito poder para influenciar e persuadir os outros.

  • Adoram o sexo e o praticam de formas diferentes e com diferentes parceiros.

  • Apaixonados por viagens, tentam estar sempre em movimento por diferentes lugares.

  • Preferem ganhar a vida por sua conta, não nos trabalhos convencionais.

  • São generosos com o dinheiro.

  • Durante a infância e a adolescência costumam fazer travessuras e cometer excessos.

  • Têm coragem para se defender dos que pretendam se aproveitar deles.

  • Vivem o aqui e agora e não têm remorso pelo passado nem fazem planos para o futuro.

 

Os sujeitos com um estilo antissocial não consideram o medo desagradável, mas algo emocionante. Deixam-se levar por seu engenho e astúcia e podem ser para os demais, em determinados momentos, bem temerários. Não planejam nem antecipam nada, limitam-se a enfrentar as coisas conforme vão surgindo. São bastante otimistas e não se preocupam como usar alegremente o dinheiro até a ruína, pois acham que em qualquer outro momento poderão recuperá-lo. O fato de não terem autocontrole pode parecer maravilhoso no curto prazo, mas suas consequências não são desejáveis muitas vezes, e podem acabar tendo problemas econômicos, com drogas, e até mesmo físicos, devido a acidentes ou a doenças sexualmente transmissíveis. São pessoas que expressam abertamente seus sentimentos; são, nesse sentdo, muito transparentes para os demais, Não são nada convencionais e adoram burlar as normas, embora também sejam bons trabalhadores se sua tarefa oferecer novos desafios e novidades de forma contínua. São bons companheiros e amantes, mas consideram uma relação emocionante somente na medida em que lhes fornece prazer e emoção, fato pelo qual, a partir de certo tempo, acabam se cansando. Também não se preocupam muito com os sentimentos alheios, pois consideram que cada um é responsável por si mesmo, e somente são capazes de salvar uma relação se considerarem que tem sentido, não por pressões morais ou por se sentirem em dívida com a outra pessoa. Apesar de, em alguns casos, os indivíduos com um estilo antissocial poderem chegar a ter um relacionamento afetivo estável e duradouro, em geral são muito promíscuos e, se chegam a se casar, provavelmente serão constantemente infiéis.

 

Os antissociais precisam a seu lado de pessoas que lhes deem muito em troca de pouco. Os estilos de personalidade que se relacionam melhor com esses sujeitos são aqueles nos quais se combinam traços histriônicos, para avivar a sexualidade, autodestrutivos, que proporcionam flexibilidade, e obsessivo-compulsivos, para outorgar o grau de responsabilidade que um casal precisa. Porém, se algum desses estilos se tornar dependente do anti0social ou o sufocar, provavelmente a relação acabará. Também formam bons casais com os borderline, pois, assim como os histriônicos, sua forma de viver a sexualidade apaixonadamente e fugaz faz que combinem muito bem com os anti-sociais. Com os passivo-agressivos poderiam se dar bem, embora sua forma de buscar o prazer seja passiva demais para esses indivíduos.

 

Como relacionar-se com um tipo antissocial

 

É conveniente que as pessoas que se relacionam com um indivíduo de estilo antissocial lhe perguntem o que acha dessa relação. É provável que seja muito simpático e estimulante, mas isso não quer dizer que queira algo estável, nem sequer que esteja sendo fiel, por mais romântico que se mostre enquanto está com outra pessoa. Os outros têm de saber que os indivíduos com um estilo antissocial provavelmente não serão capazes de satisfazer as necessidades mais convencionais de amor e cuidado quando compartilham da intimidade com alguém. É preciso aceita-los como são, ser flexíveis e não tentar mudá-los. Se alguém não está preparado para aceitar uma relação pouco convencional e não é capaz de dar liberdade ao outro, não poderá se relacionar afetivamente com um estilo antissocial. Não se pode esperar que se faça o correto, por isso a outra pessoa deverá assumir as responsabilidades da vida cotidiana, mas sem ser passivo. Os antissociais têm grande tolerância para substâncias psicoativas como o álcool e outras drogas, por isso seu parceiro deverá ter claros seus próprios limites e preferências, para não se deixar levar nem fazer coisas  das quais não está convicto. Esses sujeitos não oferecem o apoio emocional que muitas pessoas precisam, por isso é aconselhável ter uma grande autoestima para estar com um deles. Algo importante é manter a atração sexual e estar disposto a experimentar coisas novas, porque é uma área vital para o tipo antissocial (Oldham e Morris, 1995). Não obstante, se o sujeito não for um estilo, mas já tem desenvolvido o TPAS, os autores anteriores recomendam que “embora vá com seus princípios, não creia que poderá confiar, ajudar ou mudar um sujeito Psicopata/TPAS. Lembre-se de que essas pessoas podem ser muito astutas e manipuladoras. Não se deixe enganar. Proteja seus próprios interesses e afaste-se. Se não puder se afastar dessa pessoa, procure ajuda terapêutica”. (Oldham e Morris, 1995, p. 251).

 

Características clínicas

 

As pessoas que apresentam um TPAS/Psicopatia caracterizam-se por buscar ativamente o reforço por meio de sua realização pessoal. São pessoas ambiciosas, com aparente necessidade de controlar o ambiente no qual se movimentam e que não costumam confiar nas habilidades dos demais. É um tipo de personalidade agressiva que, em suas formas mais leves, pode encaixar-se na sociedade e até mesmo ser alimentado por ela. Esse é o caso de alguns comportamentos como a competitividade, quando a esperteza e a dura luta são fatores muito valorizados. Porém, quando a personalidade antissocial é muito acentuada, costuma entrar em conflito com as normas sociais e os direitos dos demais, e é provável que em um momento ou outro tenha problemas com a lei.

 

Esses indivíduos apresentam incapacidade para planejas seus comportamentos, agindo de forma precipitada e espontânea, sem analisar as consequências negativas e sem levar em conta os desejos dos outros. Seu comportamento, quando orientado a uma meta ou objetivo, costuma ser eficaz. Quando os acontecimentos não ocorrem não ocorrem de acordo com seus interesses mostram-se muito desagradáveis, embora não percam a arrogância típica que os caracteriza. A fim de obter o que desejam, estimulam a compaixão dos outros, seduzem e dizem o que querem ouvir o que vai lhes “tocar o coração”. Intrometem-se na vida de pessoas que o rodeiam e violam seus direitos. Discutem com facilidade e ignoram os sentimentos dos demais. Atormentam e abusam das pessoas que impedem suas intenções. Em vez de resolver problemas preocupam-se com a vingança, não são cooperativos e provocam brigas. Não precisam de ninguém para estimular sua auto estima nem para dar sentido à sua vida; não fazem sacrifícios por ninguém e têm muito pouca compaixão pelos demais. Transgridem as normas sociais estabelecidas mediante comportamentos fraudulentos ou ilegais. Conhecem bem o senso moral e legal, mas não os põem em prática. São incapazes de persistir em responsabilidades (trabalhistas, conjugais, econômicas e pessoais), e dada sua tendência oposicionista, é difícil para eles estabelecer relações interpessoais por muito tempo nas diversas áreas de sua vida. Para fazer com que seus comportamentos mais reprováveis sejam aceitos pelos demais, costumam inventar explicações sobre sua triste infância ou suas desgraças passadas. Costumam negar qualquer responsabilidade diante de comportamentos reprováveis ou explicam que tais acontecimentos nunca existiram, percebendo a si mesmos como vítimas reais de tais situações. Se suas argumentações não convencem os outros ou alguém os desdobre em mentiras repetidas, costumam adotar um ar de inocência, afirmando, sem nenhum indício de vergonha, que foram acusados injustamente. Sua tendência a mostrar-se resistente à autoridade e a transgredir normas sociais aumenta suas possibilidades de chegar a desenvolver um expediente criminal e, quando realizam qualquer comportamento no limite da lei, defendem-se dizendo que os outros o fazem também ou que tudo o que há na sociedade é corrupto.

 

Abaixo alguns aspectos comportamentais característicos do TPAS/Psicopata.

  • Têm um comportamento agressivo, temerário, precipitado e espontâneo.

  • Mantêm comportamentos impulsivos dirigidos a um objetivo.

  • Mostram-se arrogantes de forma constante.

  • Seu comportamento aparente pode ser encantador.

  • Não mantêm as promessas nem os compromissos de honra.

  • Não costumam dizer a verdade nem se pode confiar neles.

  • Estimulam a compaixão dos demais, dizendo-lhes o que querem escutar.

  • Discutem com facilidade.

  • Não são cooperativos e provocam brigas.

  • São vingativos e beligerantes com quem consideram seus inimigos.

  • Desenvolvem comportamentos fraudulentos ou ilegais,como se as normas de comportamento não se aplicassem a eles.

  • Não se inibem diante de um perigo.

  • Buscam sensações novas constantemente.

  • Têm um comportamento oposicionista que dificulta as relações interpessoais de longa duração.

  • Reagem mal diante das derrotas.

  • Mostram-se resistentes à autoridade.

 

Quanto aos aspectos cognitivos característicos podemos dizer que:

  • Apresentam padrões cognitivos rígidos e inflexíveis.

  • Não são capazes de fazer planos a longo prazo.

  • Não costumam temer a punição.

  • São incapazes de aprender com as consequências negativas de suas ações.

  • Falta de consideração pelos direitos dos demais.

  • Grande confiança em si mesmos e desconfiança dos outros, aos quais consideram equivocados.

  • Crenças que carecem de valores éticos ou morais.

  • Veem as demais pessoas como objetos os quais pode usar e abusar.

  • Desprezo pelas normas sociais.

  • Ausência de empatia e de remorso quando usam os outros.

  • Baixa tolerância à frustração.

  • Vulneráveis ao tédio.

  • Incapazes de retardar o reforço.

  • Carência de introspecção.

  • Possuem poucos sentimentos de lealdade interpessoal.

  • Percebem o meio externo como hostil e ameaçador.

  • Permanecem vigilantes a maior parte do tempo.

  • Desconfiados diante da compaixão e altruísmo dos demais.

  • Necessidade de controlar o ambiente.

 

Aspectos emocionais característicos

 

As características emocionais dos indivíduos psicopatas incluem raras relações afetivas profundas, carinhosas e responsáveis, pois sua capacidade de amar ou de ser solidário é tão limitada que raramente podem manter uma relação durante mais de um ano com uma mesma pessoa. Sua disposição emocional é irritável e agressiva; seu temperamento forte, agressivo, impulsivo, intrépido e arriscado manifesta-se em sua paixão pela vida orientada à busca de sensações. São incapazes de apreciar os sentimentos de outras pessoas ou de entender o sofrimento que seu comportamento gera. Sua baixa tolerância à frustração os deixa furiosos diante de qualquer indício de perda de controle sobre o ambiente no qual se movem. Carecem de empatia ou arrependimento. São perspicazes e manipuladores e conhecem a mecânica emocional da comunicação interpessoal. Não experimentam emoções, falam delas por ouvir falar. Junto a uma aparência fria e distante manifestam episódios drásticos de afetividade, que não são mais que exibições de falsa emotividade.

 

Abaixo algumas características relevantes neste aspecto:

  • Impulsividade, intranquilidade, irritabilidade, ira, hostilidade.

  • Ausência de sentimentos de cordialidade e intimidade.

  • Emocionalmente vazios, frios.

  • Frustrados diante da perda de controle do ambiente.

  • Humor irascível.

  • Hostilidade e agressividade facilmente ativadas.

 

Aspectos fisiológicos e médicos:

  • Complicações devidas a possíveis acidentes, ao consumo de drogas e/ou brigas.

  • Maior risco de contrair HIV.

  • Pouca preocupação por sua saúde, recorrendo ao médico em casos extremos.

 

Possível impacto sobre o ambiente:

Aqui estão algumas possíveis consequências que a personalidade antissocial pode causar normalmente em seu ambiente, tanto o mais próximo, família, amigos, parceiro, trabalho, como outros lugares nos quais se encontra implicado não tão frequentemente.

 

  • Comete delitos que podem leva-lo à prisão.

  • Pode enganar pessoas próximas prometendo-lhes dinheiro fácil ou a rápida obtenção de fama ou notoriedade.

  • Pode abusar do parceiro ou dos filhos, às vezes com maus tratos.

  • Raramente mantêm relações íntimas estáveis e duradouras.

  • Consumo de drogas.

  • Direção temerária sob efeito de álcool ou outras drogas.

  • Comportamento profissional inconsistente.

 

A visão e estratégias interpessoais destes sujeitos:

Aqui um breve resumo acerca de como veem a si mesmos, a visão que têm dos outros e as estratégias que frequentemente as pessoas com esse transtorno utilizam em suas relações interpessoais.

 

VISÃO DE SI MESMO:

  • Solitário 

  • Autônomo 

  • Forte 

  • Independente

 

VISÃO DOS DEMAIS:

  • Hostis, desafiantes

  • Vulneráveis, indivíduos a ser explorados

 

ESTRATÉGIA PRINCIPAL:

  • Agride, mente, rouba, engana.

  • Manipula, seduz, exige.

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